BIO
Camila Menezes é compositora, arranjadora, maestrina e produtora musical. Além de seu trabalho solo, integra as bandas Dolores 602 (indie pop) e Tutu com Tacacá (carimbó).
Nascida em Belo Horizonte/MG, Camila Menezes cresceu em Abaeté, no interior de Minas, terra de Renato Andrade, violeiro conhecido por levar a viola caipira erudita para vários continentes. Ali, Camila passou sua infância e adolescência cantando e tocando músicas caipiras e regionais no violão, ao lado do pai, Walter Menezes, autodidata que tocava acordeom “de ouvido” e cantava. A musicalidade sempre foi um dos seus traços importantes, tanto que aos 10 anos, Camila já era coordenadora, uma espécie de maestrina mirim, do coral infantil da missa de domingo.
Tendo a música sempre presente como hobby, Camila foi estudar psicologia na UFMG aos 17 anos. Na mesma universidade, aprofundou-se na pesquisa em violência contra a mulher no Mestrado em Psicologia Social, sob orientação da professora Sandra Azerêdo.
CARREIRA MUSICAL
Foi durante o mestrado em psicologia que Camila montou sua primeira banda, Diadorim. O grupo, formado em 2007 por quatro mulheres, fazia releituras da MPB. Nesse contexto, a artista começou a experimentar-se como compositora e teve suas primeiras canções interpretadas pelo grupo. Participou, em seguida, de bandas como Mutum - projeto de Luiza Brina, Terezinha deu no Bira (samba), grupos de choro e pagode. Com a Dolores 602, banda autoral de indie pop, conquistou, por suas composições, 9 premiações em festivais, circulou por vários estados do país e teve suas canções tocadas em diversas rádios. Já acompanhou e desenvolveu arranjos para artistas como Marina Machado, Celinha Braga e Patrícia Ahmaral.
Hoje, além de se dedicar a sua carreira solo, Camila integra a banda Dolores 602, o grupo Tutu com Tacacá (carimbó), é produtora musical de artistas belo-horizontinos e maestrina do coral da Casa de Auxílio e Fraternidade Olhos da Luz, para o qual faz arranjos, produz gravações em estúdio e apresentações ao vivo.
CARREIRA SOLO
Com a pandemia do coronavírus em 2020 e a consequente necessidade do isolamento social, a artista iniciou seus estudos em produção de áudio e passou a realizar gravações, em home studio, este momento viria a se tornar o pontapé inicial de sua carreira solo.
A paixão pela música havia feito com que, ao longo dos anos, Camila se aventurasse por vários instrumentos, como o baixo, ukulele, violino e sintetizadores, possibilitando produzir álbuns inteiros sozinha. E foi a viola caipira que timbrou com seu lado cantautora, conectando as origens interioranas à sua versatilidade cosmopolita.
BENÇA
O primeiro trabalho solo da artista foi a trilogia Bença, lançado em 2021. As três canções - AzulAmarelo, Louvação à (minha) mãe e Para-ti, abordam, em suas nuances, o reconhecimento à oportunidade de estar aqui e agora. Fazendo referência à casa-Terra, a sua mãe e a seu pai, Camila evoca a gratidão através deste termo interiorano, a palavra “bença”, que é como se fala ao pedir a benção dos pais no interior de Minas Gerais.
As etapas do projeto foram executadas de forma orgânica, como um laboratório: a composição e criação de arranjos foram testadas simultaneamente à gravação das faixas, possibilitando experimentar uma série de instrumentos físicos e virtuais. O resultado foi uma sonoridade que uniu dois universos aparentemente distantes, o caipira e o eletrônico, mas que já conviviam na intimidade criativa da compositora.
SAMBA PARA IEMANJÁ
Com a excelente reverberação da trilogia “Bença” na mídia, Camila decidiu continuar a produção independente e, em fevereiro de 2022 lançou o single “Samba pra Iemanjá”, um samba de roda da Bahia.
Ampliando suas experimentações com viola caipira e ritmos brasileiros, dessa vez a artista incrementa sua produção musical com elementos percussivos. O samba de roda da Bahia dá luz às cenas que Camila descreve à beira do mar. O “Samba para Iemanjá” é entoado junto às percussões de Débora Costa, percussionista convidada pela autora para criar o cenário lúdico e dançante proposto pela canção.
O single foi executado em diversas rádios brasileiras, além de Peru, Japão, Estados Unidos e Portugal.
LINHAS IMAGINÁRIAS
Aprofundando a investigação da sonoridade da viola caipira em diversos estilos musicais, Camila continuou compondo, arranjando e produzindo temas variados que culminaram no seu novo álbum, “Linhas Imaginárias”, lançado em setembro de 2023. Se no EP “Bença” a artista passeava por canções em português, desta vez seus horizontes se expandem e a cantautora transita pelas linhas imaginárias do globo, cantando em outras línguas. São canções em francês, espanhol, inglês e português, unindo ritmos originários do Brasil a expressões artísticas de outras partes do mundo. Assim como nos trabalhos anteriores, a artista se destaca por realizar várias etapas da produção do álbum, como composição, arranjo, gravação e edição de todos os instrumentos. A mixagem e a masterização ficaram por conta de Cido MGZD, que já trabalhou com artistas como Gaby Amarantos e Rosa Neon e ganhou o Grammy Latino em 2023.
O álbum teve duplo lançamento, com bilheteria esgotada tanto em Belo Horizonte, na Casa Outono - relevante casa de shows independentes, como no Teatro Municipal de Sabará.
NA ESTRADA COM NOVOS PROJETOS
O trabalho tem cativado o público por onde passa, desde a estreia em Buenos Aires/Argentina em 2022, percorrendo palcos de Minas Gerais e São Paulo e até em terras além-mar. Em sua recente turnê na Europa (abril e maio/2024), expandiu suas conexões musicais em parcerias com artistas como o violeiro Vinícius Muniz e o grupo Samba Quintal Delas (Barcelona/Espanha), o flautista Vincenzo Maddaluno (Nápolis/Itália) e o multiartista Frederico Caiafa (Lisboa/Portugal). Assim que pisou de volta em terras brasileiras, Camila inicou o lançamento de seu novo trabalho, o álbum “Brasil adentro”, composto de releituras inéditas da MPB para a viola caipira e acordeom, trabalho gravado em áudio e vídeo por Fabiano Menezes no Estúdio Recanto em Goiânia/Go com participação da musicista Kelly Ellaine. Enquanto circula com seu show pelo interior de Minas Gerais, a artista já compõe as canções do próximo álbum e prepara para retornar à Europa em 2025.